Descrição

O presente objeto faz parte do Trabalho de Conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Gastronomia da Faculdade UNIJORGE. Compondo a disciplina Projeto Integrador com o objetivo de divulgar o “Jantar Gourmet”, em destaque a Chapada Diamantina e sua culinária.

Apresentar os pratos com inovação e tradição com base na culinária do século XXI com o olhar dos novos gastrônomos, ou melhor, gastrologo.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O Jarê - Religião Exclusiva da Chapada Diamantina.


O jarê é uma religião de matriz africana que existe somente na Chapada Diamantina. Segundo Ronaldo de Salles Senna, pesquisador lençoense pioneiro no estudo do jarê, esta religião teria inicialmente surgido nas cidades de Lençóis e Andaraí, como hábil elaboração das nagôs. Este é o nome pelo qual é conhecida na região a etnia à qual pertenciam as senhoras africanas escravas e alforriadas trazidas para a Chapada, bem como seus descendentes nascidos em solo brasileiro. As nagôs foram as responsáveis por mesclar diversas influências religiosas, como o catolicismo popular e práticas tradicionais ligadas ao curandeirismo, com fundamentos de candomblés banto e de caboclo, numa síntese particular da qual floresceu o jarê que perdurou na região.
As cerimônias no jarê são freqüentemente revestidas por um ar explicitamente festivo. As entidades homenageadas aniversariam junto com os filhos-de-santo, comida e bebida são distribuídas de modo farto, e o samba dos caboclos rompe madrugadas. De todo modo, as festas são também ocasiões religiosas de suma importância, e seu objetivo principal é preparar um espaço propício à incorporação dos adeptos por seus espíritos, ao som de atabaques e outros instrumentos percussivos. Como no candomblé, os caboclos e orixás dançam por meio dos corpos de seus filhos, chamados também simplesmente de matéria ou de aparelhos, canais que permitem a realização da possessão.
Quase todas as casas de culto de jarê existentes hoje em Lençóis descendem do Palácio de Ogum, santuário localizado próximo ao Rio Capivara e no qual reinou Pedro de Laura, amplamente considerado o maior curador de jarê dos últimos tempos. Após seu falecimento, em 1997, os responsáveis pelo templo continuam a realizar as principais celebrações religiosas anuais, atendendo a um pedido feito pelo próprio Pedro antes de sua desaparição. São elas as festas em homenagem a Oxalá, que acontece em agosto e faz parte das datas festivas da cidade, e a Iansã, em dezembro, além das cerimônias de fechamento e abertura da casa, próximas do início da quaresma e da Semana Santa.

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